Já pensou que pode ser uma influência para os seus filhos também em relação à atividade física que faz? Experimentem as nossas sugestões de treino para pais e filhos e passem dias diferentes e saudáveis.
O que determina se uma criança/adolescente adere à prática de exercício físico e à manutenção de um estilo de vida saudável está diretamente relacionado com a atração que a mesma sente pela atividade física e a sua perceção de competência. Então, que papel possuem os pais na criação deste ambiente?
Diferentes fatores, vindos dos pais, influenciam o nível de atividade física dos filhos, tais como: Encorajamento (apoio emocional, interesse na atividade, entre outros) e a Facilitação (providenciar acesso ou oportunidades ao filho para ser ativo, como por exemplo, tempo permitido em outdoor, métodos de transporte para a escola alternativos, materiais para treinar).
Facilitação mostra-se como o fator mais preponderante no nível de atividade física do filho, seguido pelo Encorajamento. As raparigas demonstraram ter menos Facilitação vinda dos pais, o que pode explicar algumas diferenças evidenciadas no nível de atividade física entre géneros. Role-modeling entre pais e filhos não se mostra muito eficaz na prática de exercício físico, talvez explicado pelo pouco tempo de prática direta passado.
Então o nível atividade física dos pais parece ter pouca influência na atividade dos seus filhos, certo? Errado!
O Encorajamento e Facilitação dos pais para com os filhos é muito superior em pais que são ativos. Ou seja, a influência dos pais nos filhos está relacionada com o seu envolvimento em atividade física de forma indireta. Se for possível incluir influências diretas como a prática partilhada ou participar em provas que demonstrem a atividade do pai/mãe, conseguimos garantir que os filhos terão uma influência ainda mais positiva vinda dos pais!
Esta mesma influência funciona em ambos sentidos, sendo que pais demasiado autoritários e exigentes na prática de atividade dos filhos, ou o desinteresse pela mesma, podem retirar o interesse da criança/adolescente em manter hábitos saudáveis.
Treino de força nos jovens é contraindicado?
Ao longo dos anos, fomos ouvindo mitos relacionados com os perigos de treino de força precoce em jovens. Questões como, influência negativa na taxa de crescimento ósseo, desenvolvimento músculo-esquelético ou a falta de testosterona nas idades mais jovens para auxiliar o desenvolvimento de força muscular.
Atenção, o treino de força como qualquer outro tipo de treino (velocidade, resistência, entre outros) quando aplicado de forma incorreta pode ter repercussões negativas. No entanto, tais mitos nunca estiveram tão longe de ser verdade. O crescimento ósseo está positivamente associado ao treino de força, e pode mesmo prevenir futuros problemas de osteoporose. O treino de força estimula uma melhoria abundante no desenvolvimento músculo-esquelético, e os níveis reduzidos de testosterona não são uma adversidade, tal como não são nas mulheres adultas que treinam força.
Atividades em conjunto para Pais e Filhos
A atividade física mais apropriada para realizar com o seu filho, é qualquer atividade que passe uma sensação prazerosa e divertida ao mesmo, tentando criar uma associação positiva à atividade. Como vimos atrás, a atitude com que os pais abordam o filho antes, durante e após a atividade vai ter uma grande influência no seu gosto para a mesma. Assim sendo, deve encorajar as competências do seu filho, não pressionar resultados e compreender que o divertimento é mais importante que os resultados. Introduzir ao longo do tempo valores como Cooperação e Competição.
Temos então atividades como:
– Bicicleta ou Caminhadas (Fácil de adaptar e mais tempo outdoor)
– Utilizar videojogos interativos (Interação com a tecnologia)
– Natação ou Jogos dentro de água (Interação com elementos da Natureza)
– Modalidades com bola (Desafiar diferentes habilidades motoras)
– Entre outras (Modalidades Mind&Body, Treino de Força,…)
Variar bastante as modalidades de forma a facilitar a procura da modalidade que o seu filho mais gosta, e que possibilita a manutenção de um estilo de vida saudável sem que seja percecionada como um “sacrifício” ou “castigo”.
Referências Bibliográficas:
Faigenbaum, A., & Westcott, W. (2000). Strength & Power for Young Athletes. Human Kinetics.
Freitas, J. P. (2014). Cooperation and competition: what do parents think about this? EFDeportes, Revista Digital.
Guys, J. A., & Micheli, L. J. (2001). Strength Training For Children and Adolescents. Journal of the American Academy of Orthopaedic.
Henessy, E., Hughes, S. O., Goldberg, J. P., & Hyatt, R. R. (2010). Parent-child interactions and objectively measured child physical activity: a cross-sectional study. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity.
Welk, G. J. (2003). Parental Influences on Physical Activity in Children: An Exploration of Potential Mechanisms. Pediatric Exercise Science.
André Vitória e Ricardo Correia
Holmes Place Algés
Holmes Place – Portugal