Sabia que nos países desenvolvidos, 1 em cada 8 mulheres irá desenvolver cancro da mama durante a vida? Saiba como o prevenir.

cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres (não considerando o cancro da pele), e corresponde à segunda causa de morte por cancro, na mulher. De acordo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, anualmente são detetados cerca de 6000 novos casos de cancro da mama e 1500 mulheres morrem com esta doença, em Portugal.

Nos países desenvolvidos, 1 em cada 8 mulheres irá desenvolver cancro da mama durante a vida. Na Europa, existe um diagnóstico de cancro da mama a cada 2 minutos e uma morte por cancro da mama a cada 6 minutos. O cancro da mama afeta principalmente mulheres mais velhas, a maioria das pacientes com mais de 50 anos, ao diagnóstico. O cancro da mama em homens é raro e representa cerca de 1% de todos os casos de cancro da mama. ,  

Os principais fatores de risco, para o desenvolvimento de neoplasia da mama, podem ser divididos em dois grandes grupos, englobando o primeiro, fatores associados a predisposição genética, e o segundo, fatores ambientais e associados ao estilo de vida.

Do total de casos de cancro da mama, cerca 10% podem ser classificadas como hereditários, estando associadas à história familiar. 

Os fatores modificáveis, ou seja, aqueles que podem ser alterados pelo nosso estilo de vida (peso corporal, atividade física, consumo de álcool, hábitos tabágicos e alimentares), podem ser responsáveis por cerca de 20 a 40% de novos diagnósticos de cancro, pelo que estes novos casos poderiam ser evitados através da alteração dos estilos de vida, o que torna este tema muito relevante e cada vez mais estudado. 

O excesso de peso e a obesidade resultam de uma combinação de estilos de vida pouco saudáveis, como o consumo de alimentos hipercalóricos e sedentarismo, que atuam de forma sinérgica e que se têm vindo a tornar cada vez mais frequentes nos países ocidentalizados. A obesidade, aumento da gordura abdominal e aumento de peso estão associadas a um aumento de risco de cancro da mama após a menopausa. 

salada | cancro da mama e a sua prevenção | holmes place

A promoção de estilos de vida saudáveis é importante para a prevenção da incidência de cancro, ou prevenção primária, ao mesmo tempo que melhora a qualidade de vida e previne outras patologias. É importante na prevenção, mas também após o diagnóstico de cancro, uma vez que ajuda a ultrapassar os efeitos secundários do tratamento e pode melhorar o prognóstico da doença, nomeadamente na redução do risco de recidiva. 

Perante o conhecimento, existente atualmente, acerca da relação entre o cancro da mama e nutrição, deve-se propor as seguintes estratégias, com o intuito de diminuir o risco de cancro da mama: 

a) Manter o peso saudável. 

b) Manter-se fisicamente ativo ao longo da vida 

c) Fazer uma alimentação saudável: 

1. Escolher alimentos e bebidas em quantidade que permitam manter ou recuperar um peso saudável.

2. Ingerir cinco porções de uma grande variedade de vegetais e fruta. 

3. Escolher cereais menos processados. 

4. Limitar o consumo de carne vermelha e carne processada. 

5. Limitar o consumo de bebidas alcoólicas.

exercício físico | cancro da mama e a sua prevenção | Holmes place

O sedentarismo também parece ser um fator relevante no aumento de risco de cancro da mama, sendo que uma atividade física moderada leva a um efeito protetor, particularmente no pós-menopausa.  A atividade física é uma parte importante de uma vida saudável, independentemente da idade. Qualquer que seja o momento em que se inicia a atividade física, ela melhora sempre a saúde. Mesmo pessoas que iniciaram a prática de alguma atividade física mais tarde na sua vida parecem ter muitos dos benefícios para a saúde que as pessoas que sempre foram fisicamente ativas. O exercício físico não só é importante para reduzir o risco de desenvolver cancro, como também poderá ter benefícios para as pessoas que se encontram a receber tratamentos para esta doença ou que são sobreviventes. A este respeito, os estudos realizados sugerem fortemente que a prática de exercício físico não só é segura durante os tratamentos para o cancro, como também pode melhorar o funcionamento físico e muitos aspetos da qualidade de vida. Tem sido demonstrado que um exercício físico moderado melhora a fadiga, ansiedade e a autoestima, como também tem benefícios para a força muscular e composição corporal. Por sua vez, pode ajudar a diminuir o risco de recidiva da doença e a aumentar a sobrevida.

Referências Bibliográficas:

Ferlay J, et al (2020). Global Cancer Observatory: Cancer Tomorrow. 

Bray F, Møller B (2006). Predicting the future burden of cancer. Nat Rev Cancer. 6(1):63-74.

Chang-Claude J Inherited genetic susceptibility to breast cancer. IARC Sci Publ. 154:177– 90. (2001).

World Health Organization – Cancer Prevention.

World Cancer Research Fund/American Institute for Cancer Research. Diet, nutrition, physical activity and breast cancer. Contin Updat Proj Expert Rep 2018:50. 

World Cancer Research Fund/American Institute for Cancer Research. Diet, Nutrition, Physical Activity and Cancer: A Global Perspective. Vol 3.; doi:10.1016/j. scienta.2014.02.005 (2018).

Pizot C, Boniol M, Mullie P, Physical activity, hormone replacement therapy and breast cancer risk: a meta-analysis of prospective studies, Eur J Cancer 52: 138-154 (2016)

Thordis Berger

Chief Medical Officer Holmes Place

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